quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Feliz Ano Novo

     O ano de 2013 foi de longe o mais difícil da minha vida. Ano que começou e terminou com a morte de gente amada, ano que correu com a perda de pessoas especiais. Ano em que eu vi amigos sofrendo, perdendo. Ano de guerra na área da saúde, que pra falar a verdade, não me abalou profundamente, mas deu susto sim.
     Apesar disso tudo não foi, sem dúvidas, o ano em que eu mais chorei. Foi um ano em que sorri muito. Me casei, viajei - Rio de Janeiro, Bahia, Alagoas, Pernambuco, Santa Catarina, várias cidades do interior - logo eu que tinha saído tão pouco de São Paulo na vida. Finalmente "aprendi" a dirigir, entre aspas ainda. Corri, parei, andei, realizei, chorei e ri muito. Ri de mim, ri dos outros. Li menos, ouvi pouca música. Orei demais. Andei de avião, moto, quadriciculo, gaiola, helicóptero. Vivi fortes e intensas emoções.
     O ano correu me ensinando a amar, a fazer e desfazer alguns laços. Ano de nascimento, de curas, do milagre Igor. Ano em que vi a ciência tornar atrás e o sábio se confundir. Ano em que eu percebi amar mais minha família do que eu imaginava, ano em que eu descobri o que tanto as pessoas falavam sobre casamento. Aquela frase "você só vai entender depois que casar" faz mesmo todo sentido agora.
     Ano em que fui mais amável, mais tolerante, mais sincera, mais madura menos melindrada,  porque a vida pediu, me ensinou. Fui mais leve... Liguei menos para coisas que não mereciam tanta importância. Não emagreci, não fiz nenhum curso, não realizei todas as metas. Conquistei o que nem imaginava conquistar.
     Ganhei uma gata porque eu queria, um cachorro porque veio com meu marido. Ganhei uma casa vermelha e flores, uma linda jardineira pendurada na janela, quem passa em frente de casa vê. Meu novo jardim, real. Mas quem rega não sou eu, ele quem cuida das plantas. Elas são minhas porque são dele. Até a roseira que eu escolhi.
     Tive fé e tenho ainda mais fé para o ano que nasce. Uma etapa se acaba e dá, naturalmente, espaço ao futuro - como na verdade acontece todo dia. Novos objetivos e sonhos que vou atingir. Estar aqui para viver 2014 já é o milagre. Que venha o ano novo.


quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Avesso

                Eu, no avesso de mim, ao contrário, do lado inverso de forma inevitável. A contagem está regressiva para viver a realização do sonho... O dia feliz, de alegrias e do milagre lindo que vamos viver – Caio, nossas famílias e eu – mas a vida tem umas surpresas reservadas no caminho. Tô contraditória porque quando eu deveria estar mais feliz na verdade vivo um luto que dói demais. Luto consciente de dor e saudades de alguém que foi tão importante na minha vida, que influenciou meus sonhos e que acreditou nas minhas escolhas.
                Quando eu era pequena, se fazia algo errado e percebia que meu avô ia ficar bravo comigo tinhas as palavrinhas mágicas que ele mesmo me ensinou: “Vô! Esqueceu que eu sou sua companheira?” ... Pronto ele se derretia e nem deixava me darem bronca. Eu cresci e essas palavrinhas continuaram resolvendo qualquer situação que poderia existir entre nós... Menos uma: a morte. Dessa vez ele não ia me ouvir, as coisas não iam se arrumar.
                Muitos abraços, ligações e mensagens de pessoas queridas tocaram meu coração e o próprio Espírito Santo tem me consolado a cada instante... Mas é difícil não pensar nele, dói imaginar que ele não vai me ver vestida de noiva, nem me dar aquele abraço gostoso e aquele beijo melado. Que saudades, como eu queria ele lá, falta tão pouco. Egoísmo, eu sei, sei mesmo, como me lembrou uma amiga, estar com Cristo é infinitamente melhor.
                Sou grata a Deus por ter abreviado o sofrimento dele, sou grata a Deus por tudo que meu vovô viu, conquistou, sou grata pela salvação, por estar lá no dia do batismo dele. Deus é maravilhoso e sou grata por tudo que Ele fez, sei que foi o melhor, apenas sinto muitas saudades.
                É muito bom e muito difícil ver as fotos do meu Zé, que na verdade se chamava João, mas eu o chamava de Zé, coisa nossas... Mais uma de tantas coisas nossas. Meu português que quando começou com o alzheimer me perguntava várias vezes explicações das mesmas passagens da Bíblia, eu sempre expliquei, meu Zé que gostava demais de uma praia, amava o mar e tinha tanto orgulho de mim... Me pego em pratos agora e tantas outras horas do meu dia, sei que vou seguir, preciso seguir. Sei que vai ficar tudo bem. Sei que essa vida na terra é passageira. Sei que ainda vou encontrar com ele. Sei que o Espírito Santo não deixará de nos consolar.
                Nunca, nada na minha vida doeu tanto assim, mas eu vou seguir e sair do meu avesso, vou voltar pro meu lado direito e vou estar feliz no dia feliz, sei que ele iria preferir assim. Eu vou conseguir, confiante nas Palavras que Deus nos diz!
 
Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade.
E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória.
1 Coríntios 15:53-54
 Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança.
Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com ele.
1 Tessalonicenses 4:13-14

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Um pouco do novo que a Vida me deu

 
“Eu quero... Quero novos sons, novas paisagens, novas fotos e novas passagens. Quero o novo tom do dom que a vida me deu”. Essas foram minhas palavras no começo de 2012, um último texto publicado quando o futuro inteiro, imenso e cheio de planos se apresentou a mim. E aí no último dia desse ano posso falar que, com toda a certeza, tive tudo isso e mais.

                E eu ouvi novas músicas, vi imagens inéditas, tirei muitos retratos e fui a lugares novos. Que linda a nova história, continuação da minha na verdade, Deus tinha [tem] pra mim. O foco mudou, os sonhos miram metas diferentes, maduras, coisa de gente grande, sabe?

2012 foi o melhor ano da minha vida, e sei que 2013 também será. Se eu tô feliz? Tô radiante, até meio boba de tanta coisa boa.

                Agradeço a Deus por todas as surpresas de 2012, agradeço ao Caio por existir na minha vida e mudar meu rumo, agradeço a minha família maravilhosa por todo apoio, agradeço aos poucos e sinceros amigos que tenho... E que venha 2013 com uma etapa singular na minha vida. Feliz Ano Novo!
 
"Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, E não subiram ao coração do homem, São as que Deus preparou para os que o amam."
1 Coríntios 2:9

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Escrito semana passada...

                O Presente é um Dom

                Resolvi viver, bem, a nova vida que se apresentou a mim... Com tantos caminhos, sem querer, finalmente, escolhi o caminho certo. Apaguei imagens antigas, abortei planos do passado, mudei a cor predileta, retomei sonhos de sempre e escolhi ser feliz.
                Eu posso... Posso respirar fundo e sentir paz. Posso entender simplesmente que tenho um futuro lindo pela frente. Posso levar só aquilo que eu quiser nas malas, por isso parei aqui... Para pensar, para decidir, para rasgas algumas fotos, para tirar umas coisas que estavam pesando na bagagem, preciso das mãos livres pra escrever, gesticular, cumprimentar e abraçar.
                Eu sinto... Sinto o cheiro novo, sinto o ar puro, fresco... Cheiro bom de presente e de futuro.  Até me perco, sozinha, nos suspiros fundos de serenidade e me encontro em poucas lágrimas de paz, lágrimas que me pareciam desaparecidas, estão bem aqui, dentro de mim.
  Eu quero... Quero novos sons, novas paisagens, novas fotos e novas passagens. Quero o novo tom do dom que a vida me deu. Quero seguir, sem medo e com o jardim trancado... Vou acabar presenteado alguma menina assustada que precisa de amparo com meu belo esconderijo porque eu entendi. O jardim era só uma passagem da garota que precisava se esconder, não quero mais, quero a viagem inteira, a vida toda, às vezes esperta, às vezes tola, mas eu tô aqui... feliz, inteira e certa de mim.
Quando a gente menos espera e mais precisa a vida surpreende a gente. Tô tão livre, meu céu está tão lindo, e as escolhas que passaram não podem machucar mais. Vou cumprir o que prometi pra mim.

Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais.
Jeremias 29:11

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Escrito há dois meses!

         "Se tem novo pra viver, é preciso deixar o velho passar!"

          Eu penso tudo o que eu tenho para pensar, todas as hipóteses e pensamentos ruins sobre o assunto que vêm a minha mente, ou eu cesso, não deixo se desenvolver? Não é mais um problema meu, ou ainda é? Fez parte de quem eu sou! Eu sigo como agora? Aliás, eu sigo? Sabe o que é... Havia umas borboletas em meu jardim que por um tempo achei serem as mais lindas, o que dava mais beleza a ele, e de repete me dei conta de que não eram para serem minhas mais, elas não me pertencem, eu sei que não são mais minhas, mas eu não sei se está tudo bem. Elas se foram e eu deixei.
            Prefiro acreditar que as pessoas não machucam a gente de propósito, senão acabo me machucando mais. A verdade é que pra seguirmos às vezes é necessário desfazer de algumas coisas. Eu faço o que for preciso. E se sentir que é necessário parar um pouco eu paro. Ainda não sei se sofro tudo ou se tento deixar pra lá. Tô aqui sentada, do lado de fora do jardim olhando para o meu céu e respirando fundo, num susto, toda vez que lembro.
          Eu sei que vai passar, tanta coisa já passou, eu sei que vai ficar tudo bem com meu jardim, mas eu não tô muito interessada nele agora. Tô em paz aqui fora com o meu céu, que ajuda a me localizar em qualquer lugar que eu estiver. Como meu amigo disse não é porque tomei uma decisão que ela não vai doer, mas não é porque dói que ela está errada.
          Qual o próximo passo? Não sei, tô aqui esperando as coordenadas, só me garanto que não dou um passo se não entender que é o que Deus está me falando pra fazer. Vai ficar tudo bem. A noite tem estrelas e de dia lindas nuvens e o sol, meu céu me faz companhia.

E ninguém põe vinho novo em odres velhos; de outra sorte, o vinho novo romperá os odres e entornar-se-á o vinho, e os odres se estragarão.
Mas o vinho novo deve ser posto em odres novos, e ambos juntamente se conservarão. (Lucas 5:37,38)

Quero viver o novo de Deus!

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Me peguei pensando... pra variar

Escrevi esse texto ano passado, depois do meu aniversário em novembro. Me lendo aprendi mais de mim e quis compartilhar com o mundo. Aí está:


               Me peguei pensando na vida, meditando em algumas passagens da Bíblia, me peguei tentando entender o todo. Sabe... Um tanto nessa vida é mentira, um tanto nessa vida é verdade, um tanto nessa vida é paixão, um tanto nessa vida é bobagem, um tanto nessa vida é passagem, um tanto na vida é bagagem, um tanto nessa vida é ilusão, um tanto na vida é vaidade.
                Me peguei pensando em mim de novo, na nova fase em que a vida chegou. Sempre ouvi falar que eu era madura pra minha idade, isso desde criança. Na escola algumas amigas eram mais velhas e as tias sempre me pediam conselhos. Sempre pareci, e era mesmo, responsável, procurava ser a primeira da sala e levava a vida leve e correta. Não me arrependo em nada a vida do jeito que levei, era feliz sendo quem era. Aliás, sou feliz sendo quem sou. Mas é que agora não há mais muita escolha, tenho que ser madura e pronto, e é assim que gente adulta vive a vida, não é?
                Me peguei pensando, ouvindo, escrevendo e falando... Me peguei refletindo em quem se é. Cada tarde é uma tarde e a mesma tarde acontece de um jeito único a cada um de nós. Nunca duas pessoas vão viver exatamente a mesma coisa, ainda que estejam envolvidas na mesma situação cada um está de um lado, cada um está em uma posição, cada um tem uma visão.
                Me peguei perguntando pra mim o que é que tinha de novo... Nada não, nada novo debaixo do sol. Aos ouvidos um som, bom, melhor que o de outrora, mas isso o que importa agora? Me peguei concluindo, afinal, o quanto madura eu sou.Talvez, no fundo, eu seja uma criança, como um amigo me disse a pouco, talvez não.
                Pelo que agradecer a Deus nesses 26 anos de idade? Por Ele na minha vida, por minha saúde, por minha família e por uns poucos, pouquíssimos, amigos bons. Tem o trabalho, minha fuga nas horas difíceis, meu prazer nas horas fáceis. Tem outras coisas mais deixa pra lá... E falando em coisas, quanta coisa mudou de um tempo pra cá. Tem coisa que melhorou, tem coisa que mudou porque tinha que mudar, tem coisa que em minha opinião devia voltar, tem coisa que não, pelo amor de Deus, tem coisa que tá melhor pra lá... E de tudo o que me resta é, então, continuar a entender quem eu sou, qual meu tom, qual meu dom.
                Eu aceito, aceito a vida como ela se apresenta a mim... e sigo assim. Meu jardim não tem menos flores e eu não deixo de admirá-lo só porque faz frio em plena primavera. E o coração? Ah, esse não briga mais com a razão... Esses dois extremos em mim aprenderam a se ouvir e a acordarem entre si. Hoje escolhemos ouvir a razão, amanhã, quem sabe, escolhemos ouvir o coração. Ah, a conclusão é que continuo me esforçando pra não ser nada mais, nada menos do quem eu sou.
Me peguei tentando decidir o que aprendi e entendo que prendi demais... Sigo em paz!

sábado, 3 de dezembro de 2011

Dá Licença. Tô com pressa

                Acordei cedo com o pensamento onde fui dormir, e segui, porque tinha, porque foi isso que eu escolhi. Tive de driblar para chegar ao meu destino, passei pelo velho, pela moça com a criança e pela senhora de bengala... E essa sensação? Acho que esqueci alguma coisa. Isso tem a ver com aquele pensamento, né? Acho que tem sim. Essa semana vou pegar um gatinho... Mas enfim, fui driblando o mundo com passos rápidos, se largos ou curtos eu não reparei, tava com pressa não prestei essa atenção em mim. Passei reto, não deu pra falar com todo mundo. Beijo no rosto? Não, oi de longe, estou atrasada... Música boa no meu fone, mas me faz ficar ainda mais desatenta ao mundo, muito boa essa musica... Vixi... Passei pela faxineira sem cumprimentar, vou voltar pra dar oi. E esse sentimento de ausência, tá faltando o quê? Quê eu tô esquecendo? Mas tenho que ir, tô com pressa.
                Gente grossa, nem fala olá. Enfim, vamos lá que ainda tem muita coisa pra hoje. Vou pegar uma gato, já falei? Então, essa noite sonhei com pessoas especiais, sonho bom de um tempo gostoso de já passou ou que ainda há de vir, não consegui distinguir. Dá tempo de mais música? Não dessa daí, quero minhas músicas. Vida real batendo na porta, chega de diversão, borá se divertir com o que tem pra hoje que a vida é curta e passa “batido” se a gente não usar, só há uma chance de aproveitar... um segundo nunca mais volta, um sorriso nunca mais será do mesmo jeito pelo mesmo motivo. Que saudades! Mas deixa prá lá, tem tanta coisa ainda... Tô tentando, vou me concentrar em desconcentrar. O que eu quero? O que é mais importante? Qual a importância do momento? E esse texto que começou a se formar desde cedo e não sai da minha cabeça? Esqueci alguma coisa, tô sentindo isso. Tem dia que é mais fácil, tem dia que é mais difícil a noite, mas tenho que seguir, mas o que eu quero de mim?
                E meu gato ehim? Quando chega? Vou pegar um gatinho, já falei? Tô com pressa, dá licença? Tenho que ir, que seguir... Não dá tempo de muita coisa, tem coisa que eu prefiro deixar pra lá, prefiro não entender, não quero questionar. Tem sentimento que eu não vou deixar brotar, desenvolver, sumir e nem vou querer entender. Deixei algo lá trás que deveria estar aqui, eu sinto, mas eu não vou, pelo menos agora, fazer nada pra mudar isso. Dá licença? Tô com pressa.
                Queria que algumas situações fossem diferentes, que os olhos sorrissem como antes, que aquele sorriso voltasse a trazer paz, mas acho que agora, por nada ou por tudo, tanto faz, porque eu tô com pressa.