quarta-feira, 23 de março de 2011

Oi, Sol

       Assisti um filme, chorei, ri, dormi, sonhei, acordei, ouvi músicas de tempos atrás, encontrei uma amiga do colégio, me dei o direito de mudar o caminho. Cheguei, saí, fui lá fora e respirei bem fundo, pensei... em mim, no mundo e em tudo. Salada, inglês, sorvete, mec, conversa fora, gargalhadas e uma oração abençoada. E tô aqui com a certeza de que quero mais, com tudo o que é direito meu. Serviu isso pra eu perceber quem eu queria ser no passado e não conseguia, algo me prendia, quem eu sonhava ser, a vontade que eu tinha de mim, sabe o que deu pra eu perceber? Que eu cheguei onde eu sempre quis chegar, e na verdade tô chegando ainda porque ainda tem muitos sonhos que eu tenho pra mim, tem muita coisa boa que Ele vai me dar de presente nessa vida minha.
       Mudou nada não, nem nesse mundo, nem nas pessoas, nem em volta de mim, mudei eu, meu modo de olhar e meu entendimento do que quero pra mim. Não quero nada e quero tudo, e não é que demorou isso tudo pra eu perceber que o que eu quero hoje é exatamente isso tudo que eu tenho pra hoje, o tédio do todo deve ser aproveitado assim como o dia cheio e a correria de sempre. Não focar o foco errado também ajuda muito, não valorizar o que não merece o devido valor, não deixar pra lá e se deixar levar as vezes é bom. O nada e o tudo constantemente tempo todo, junto, separado, em partes no recheio ou sendo recheado, não importa muito desde que se valorize os detalhes daquilo que está a nossa disposição tempo todo, por perto, bem aqui... não precisa tanto esforço pra ser feliz, e se precisar se esforçar qual o problema? Exercício faz bem... faz ficar mais forte.
       Demorou vida inteira pra perceber, será? Acho que não, só entendi que me encontrei de novo. E o eixo há tempos por mim procurado, o equilíbrio todo que eu queria encontrar talvez esteja no desequilíbrio que me permito vez em quando. Feliz por existir, feliz por estar aqui, feliz por tudo e por nada, quero é na verdade a beleza da simplicidade do meu jardim, finalmente ensolarado apesar do outono, colorido novamente e bem, bem sorridente pra mim. O furacão lá fora? Inda deve estar lá, mas já não ligo mais, aprendi a dar valor para o que realmente importa, e advinha o que é mais importante? Viver... pensei, pensei e pensei... empaquei por aqui mas tô pronta pra seguir a viagem e voltar a admirar a, horas linda horas não tão bela assim, paisagem. Tô por aqui... pro que der, vier e eu decidir, tô por aqui pra aquilo que eu precisar! 

quinta-feira, 17 de março de 2011

Quero a Simplicidade

       Só quero hoje estar por aqui e saber mais de mim, não que seja egoísmo meu, ou talvez até seja um pouco, mas é que preciso realmente voltar pra mim, pro meu eixo meio abalado por acontecimentos, internos e externos... Por nada, por tudo, porque me importo, porque não quero nem saber, porque quando a gente mais precisa poucos são os que estão por perto, porque só Deus sabe a verdade toda, conhece a história inteira e trabalha, ainda que em silêncio, para eu ter meu final feliz.
       Tenho gasto mais tempo ouvindo músicas do que lendo, pensando do que falando, mas as vezes, admito, que ainda falo demais... a mais... mas tô me reinventando... ou me descobrindo, admitindo ser em mim simplesmente quem eu sou. Sou eu aqui, de novo, pra variar, não entendendo nada e querendo tudo que tenho direito por hoje... tá certo que o ontem as vezes vem me atrapalhar – ou me ajudar – interferindo no modo como encaro o hoje por receio das consequências do amanhã. É que existem armadilhas no caminho e há algumas que ainda que eu esteja no escuro eu vou saber identificar e me desviar. Não quero, só, que por saber que elas estão espalhadas por toda parte eu tenha medo de seguir.
      Tô parada ainda, dia desses quase fez sol no meu jardim... vivi novamente a simplicidade do amor verdadeiro que infelizmente a vida me fez deixar pra trás, revi gente que realmente importa e que realmente me ama e sempre vai me amar... no gosto do abraço apertado, do bolo caseiro e do papo jogado ao léu lembrei como era bom ser eu... nadei, nadei e nadei pra descobrir de mim e me lembrei que estou aqui desde sempre... aprendi que quero ser pra sempre a menina simples, boba, ingênua e amada que eu era. Quando sai de cena fiquei observando de longe cada um, observei a eles, observei o chão, observei as cadeiras de plástico branco e mais aconchegantes que poltronas importadas, lembrei do amor que sentia e que saudades de sentir esse amor de novo por tudo o que aquilo tudo significa pra mim. Vi de longe e quando me aproximei pela ultima vez antes de ir embora um abraço quis fazer chorar lágrimas de saudades, sai apressada com um nó na garganta que se refaz agora enquanto eu lembro. Saudades! Quero a simplicidade de não querer nada além daquilo que eu já tenho.
       Vou enfrente sabendo que a vida não para, não espera a gente se recompor, mas ainda tô aqui me recompondo, pesando o que vale a pena e o que é desnecessário, o que vale investimentos e o que deve ser deixado pra lá... amando ser quem eu sou e querendo a ser mais... exatamente feliz por estar aqui lembrando que me basta ter o que tenho e ser tudo o que há em mim. E se hoje me sentir fraca, ok! No stress … porque aí sim sou forte.

"E disse-me (o Senhor): a minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco, então sou forte." II Coríntios 12.9-10

quinta-feira, 3 de março de 2011

Já já volto a seguir, em paz...

        ... Tô parada aqui porque foi isso que eu decidi, precisava bastante de um pouco de nada pra me ajudar. Não quero conversar, quero entender um monte de coisa, mas sinceramente já estou concluindo que isso provavelmente não irá acontecer. Na real não tem nada de errado em não entender tudo, se eu conseguir decifrar a mim já tá bom.
        Viver de qualquer jeito é fácil, nem custa muito, agora viver de verdade faz pagar um preço, escolher quem se quer ser e encarar o contra-fluxo não é tão simples, errar e ter que admitir que algumas coisas que se quebram nunca serão concertadas requer muita honestidade consigo mesmo - embora de repente o que se permitiu quebrar talvez nunca tenha sido totalmente sem rachaduras - aprender a verdade de que nem tudo é tão importante para você e que muitas vezes você vai ter de pesar, escolher e simplesmente seguir – deixando história, bagagem e pessoas pra trás – exige coragem.
        Bem aqui, parada, no meu jardim particular, tenho caminhado vagarosamente passos necessários, encarar algumas realidades fazem com que esses passos sejam tristes, dolorosos, amargos, perceber que a cada instante menos pessoas se importam é estranho, mas fazer o que? Vou seguir, já já... aliás, acho que logo volto mesmo a seguir viagem.
        Mentira minha, seria, dizer que não me choco com um mundo real de atitudes cruéis e de injustiças presentes tempo todo. Mas é bom te ter meu lindo jardim, nublado ainda, mas adorável como sempre, jardim que me permite respirar ar puro, ouvir decepções e mesmo assim olhar para o meu céu, que continua lá, e sorrir. Um sorriso lento, de canto, seguido de um suspiro fundo que traz incertezas e paz.
        Não tem problema nada não, porque esse jardim que está tão calmo fechou as portas para o furacão que insiste em estar as portas. Seu eu tiver que ir lá fora um pouco eu vou, não tenho medo, e assim que ele passar meu céu volta a ter sol, meu jardim volta a ter flores e eu volto a seguir em paz, não do mesmo jeito de antes, com certeza tô ganhando coisas que pra sempre eu vou carregar, possivelmente vou seguir bem mais calada, mais observadora, menos intensa, mas com certeza sigo em paz.

"Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração..." Cl 3.14